Brasil apresenta queda do consumo de vinho em 2023

Após atingir a marca de 2,8 litros em 2020, o consumo per capita de vinho no Brasil vem reduzindo.

Olá,

Hoje vim trazer para você alguns dados e informações sobre o consumo de vinhos no Brasil nos últimos anos. Segundo dados da ABS (Associação Brasileira de Sommeliers), desde 2018, o consumo per capita passou de 1,93 litro para atuais 2 litros, após bater o recorde de 2,8 litros em 2020. É interessante entender e analisar esses números.

A produção de vinhos é um processo complexo que envolve muitos fatores, desde a seleção das uvas até o armazenamento do vinho. O fluxo começa com o cultivo de uvas nas vinícolas, que também são responsáveis por preservar as tradições locais e promover o turismo nas regiões. De acordo com dados apresentados na reunião da Câmara Setorial da Uva, em 2022, a manufaturação de vinhos de mesa aumentou 11,6% em relação ao ano de 2021. O aumento do consumo de vinho refletiu positivamente na produção nacional, sendo a Serra Gaúcha, no Rio Grande do Sul, a região mais conhecida e maior produtora de vinhos do país.

A pandemia fez crescer de forma acelerada o consumo de vinhos no Brasil. De acordo com dados da ABS, desde 2018, o consumo per capita passou de 1,93 litro para atuais 2 litros, após bater o recorde de 2,8 litros em 2020. O relacionamento do brasileiro com o vinho mudou. A bebida se tornou mais presente no dia a dia das pessoas. Segundo dados da Horus (empresa de inteligência de mercado que compila informações das notas fiscais emitidas no varejo alimentício), o vinho é a segunda bebida alcoólica mais vendida em nosso país, atrás da cerveja, que ainda mantém a liderança disparada com presença de 72,5% nas compras. O vinho tem ganhado mais espaço na mesa e no gosto dos brasileiros. As vendas da bebida em supermercados cresceram 17,7% no segundo semestre de 2022 em relação aos primeiros seis meses do ano de 2021.

Foto: Banco de imagens - Pexels

Entretanto, uma pesquisa realizada pela Scanntech (empresa de inteligência de dados para o setor varejista) apontou que em 2023 o consumo de vinhos caiu no Brasil. A causa apontada foi o calor registrado nos meses do inverno, principalmente no mês de agosto. Entre os meses de janeiro e agosto de 2023, a queda foi de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Só em agosto, as vendas foram 7,7% menores do que em agosto de 2022. De acordo com a empresa, o menor consumo de vinho ocorreu devido à média das temperaturas máximas registradas no mês, de 25,9ºC neste ano – 1,4ºC acima da média histórica estabelecida pelo Instituto Nacional de Meteorologia (InMet).

Scanntech mostra que, em 2023, a região Sul e o estado de São Paulo representam mais de 60% do faturamento das vendas de vinho no Brasil. Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro somam 21%. A pesquisa foi realizada em 40 mil pontos de venda (PDV) e mostra que o hábito do consumidor (na categoria de vinhos) apresenta dois picos de vendas durante o ano, um deles no período de inverno, onde há um aumento no consumo de vinhos tintos e outro no final do ano, quando vinhos refrescantes como brancos, rosés, espumantes e similares aumentam sua saída.

Segundo dados da Product Audit (empresa especializada em dimensionar o volume total de produtos importados), os vinhos com preços mais acessíveis tiveram um aumento na procura comparado aos rótulos premium e atualmente ocupam 85% do market share (quota de mercado) neste segmento. Isso abre caminho para vinhos nacionais, que possuem um ótimo custo benefício, ocuparem essa posição.

Como vimos, a indústria do vinho enfrenta desafios e oportunidades em um mercado global em constante evolução. Gostou de conhecer o mundo dos vinhos por esse outro olhar?

Até a próxima sexta, as 17h.